Não sei o que te dizer quando me pedes para recomeçar a amizade. Digo-te sim, no entanto, sinceramente, não acredito que possas mudar o mínimo indispensável para que tal aconteça favoravelmente. Em muitos momentos rotulas-me de melhor amigo de sempre. É agradável de ouvir. Muito agradável, mas, trocaria todos esses momentos por um único, em que tu o sentisses profundamente, em vez de apenas o apregoares. Não sei o que sinto por ti. Tens um poder estranho sobre mim, isso é certo. Um poder que não controlo, infelizmente. Eu queria, realmente, uma das amigas com que sonho há muito tempo, mas, as exigências e as pressões seriam tantas. Para que te irias sujeitar a tal relação irreal e utópica? Tanto trabalho e esforço para te adaptares à réplica que moldei para ti? Tu não és assim e pronto. A que propósito tens que te reformular para mim? Foi por isso que entendi afastar-me. Agora voltei. Voltei, porque, decidi restituir-te o que antes possuías. Terás de volta o consertador de consciências, o zelador da parte do teu mundo, que não sentes à vontade para confiar a mais ninguém. O resto do teu mundo, que me faz sonhar e ascender, vais continuar a deixá-lo para os outros. Não me peças para existir. Não te forces a realizar-me os sonhos. Não te aproximes do vórtice do desconhecido. Limita-te a usar-me. Durante meses observei-te. Os teus defeitos arrepiam-me. Mas os outros não têm menos. Eu não tenho menos. Mas, o interior da maior parte dos outros repelia-me e o teu, o teu cativava-me. Deves ter algo que continuo a aguardar, ou se calhar, foste apenas uma das raras confusões. Como saber? Expectativas megalómanas retraídas, necessidades inexplicáveis, esperanças inimagináveis, tudo se complementou na desilusão. Apesar de tudo, foste a única pessoa que me abraçou na realidade. Não sei se foi muito sentido da tua parte. A maior parte das vezes não foi. Senti. Mas foram abraços. Dezenas. Eternizaram os momentos. Ao menos agora não vai custar tanto. Pensarei que não estamos juntos realmente porque não estou lá. Não te verei tão próximo e tão distante. Agora estaremos mesmo distantes. Ficam as memórias perpétuas. Eu não acredito, mas ficarei à espera. Louco por ti. Vou esperar. Esperar a minha amiga de sempre. Para mim existiu. Esperarei sempre por ela cada vez menos esperançado. Sempre. Não te perdoo, se não me voltares a abraçar! Sempre… A abrir caminho na escuridão, à procura de uma mão que me leve a bom porto, sem cair em perdição...
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