quarta-feira, dezembro 20, 2006

Reflexões

I
O som das velhas velas brilha pelas paredes. A escuridão torna impreciso o teclar mas, antes fosse esse o problema. Uma força inibitória de imaginação e criação. Os meses sem registos passam e, o abismo entre os espectadores e o espectáculo funda ao fundo da maior profundidade. Será o fim desta arte? O antigo e limpo fogo terá findado e esfriado o muro de labaredas criado por minhas dádivas? Não sei. Que a nova tentativa comece!
O som? São violinos enrodilhados em contrabaixos, encruzilhados em violoncelos, emaranhados em guitarras e baixos. Entrançados de cordas e mais cordas. Ao longo do tempo, comentários de riquíssimas índoles foram colados no que poderia ser considerado um interessante calhamaço. Desde insultos a ideias, desde apoios até pejores, desde entradas furtivas a silêncios para sempre guardados e consequentemente para sempre esquecidos. Apesar do vultoso número impulsionar-me o ego em forma algébrica de fama, sou sincero, pouco ou nada retirei de qualquer um deles. Nenhum deixei de ler e a todos dei a minha dedicada atenção, mas, simplesmente não tive vontade de alterar nada. Cada texto está absolutamente impregnado com partes sinceras da minha vida real e das minhas vidas imaginárias. Seria um insulto chamar de história a algum deles. São, e sempre serão, momentos vividos para recordar ou para os viver assim que o seja possível. A minha obrigação é simplesmente de o promover a nível de número de leitores e nunca a nível de qualidade. Não podem ser julgados ou enquadrados nalguma pirâmide de valores dada a tamanha riqueza de omnidiversidade dogmaticamente presente. Por vezes, paro de escrever e releio desde o início. Adoro o encaixe e sonância de todas as palavras. Sabe bem poder deixar algo sem a preocupação de agradar.
Ultimamente tenho vivido ao sabor do tempo, o meu tempo. Tenho lutado, vencido dia após dia e sinto que cada mês que passa, avanço um ano na minha vida. Encontrei uma paz que demorei muito a alcançar. Esta vida rege-se por regras e sistemas impostos em que o único desafio é descobri-los para se os poder aplicar.

II
As pessoas, lá em baixo, passam frenéticas sem conhecerem o meu vigiar. Param em lojas observando qualquer coisa que fique bem ou que vá agradar à pessoa que se calhar melhor bem lhe quer. Estradas desenham-se no meu mapa cerebral. O destino é só um e, apenas varia a pretensa hora de chegada e o teor temático ambiental do roteiro. Ainda continuam a rodar frenéticas em torno das prisões de vidros dos itens da gula. Existe uma força estrondosa que não se vê mas movimenta e controla sociedades.
É engraçado voltar a esta agora descontrolada solidão. Sim, são dois dias. É um bocado estranha esta leveza de espírito. O pior de tudo é saber que na verdade só eu tenho a força mas, de nada me serve sem o teu carregar de botão. Ando demasiado pensativo. Pior que tudo, tornei a escrever. Ando demasiado pensativo. A preocupação pode ser controlada? A intensidade cognitiva não tento. Vocês estão perdidas no meu tempo e continuo a limpar o pó das vossas etiquetas de arquivo. Não sei bem qual a razão. Não sei. Parei este bocado para escrever. Está a ser complicado manter a lucidez da linguagem. Só estou a tentar desenhar as minhas ideias. Tu queres tudo, principalmente o firmar das tuas raízes de género. Eu, eu quero sei lá bem o quê. Sei que estou mais próximo do que quero. Sinto-o. Sinto-o, também longe. Mas estou mais perto. Também estou mais perto de queimar significados deixando na mesma indícios de ideias em palavras secas de fluido vital. Não me estas a deixar segurar o esqueleto de amanhãs. Está tão inseguro. E tu que também estás longe, já te sentes mais leve? Já clarificaste as ideias. Hum, tenho medo que me considerem louco, louco a sério. Sinto-me grande, cada vez maior e o melhor é que estou mesmo. Um ego desmesurado cada vez mais realista e frutífero. Estou confuso e, no entanto, não vacilo um micrómetro. Não tenho bem a certeza e tenho algum receio mas, sei e vou. Posso caminhar um pouco por entre estes relógios e relíquias do tempo das vidas que já passaram. Estes objectos que não me largam e muito menos me agarram.
Sim, se calhar, qualquer coisa!
Eu volto mas tu não.

III
Peço desculpa pela perda de tempo.

6 comentários:

Anónimo disse...

As minhas reflexões

I

Eu tentava ler os teus textos, gostava imenso da forma como escrevias, mas, depois de ler este, ficou claro para mim que é impossivel entender um texto
teu sem estar dentro do assunto.

É impossivel estar dentro de ti, não é?
Houve meses que eu achei que estava bem dentro de ti, houve dias que achava que te era totalmente indiferente! Ainda hoje existe esta dúvida!

Eu pedi-te que escrevesses sobre mim, tu escreveste, tu pediste-me para te prometer que nunca te deixava, eu prometi.

Será que o amor existe mesmo? Eu ainda consigo achar que sim! Não me sais da cabeça, mas tens que sair! "Desde apoios até pejores" diz tudo, não achas?

Se calhar é complicado deixar alguem que teve "ao nosso" lado tantos meses, que ambos sbemos que pareceram anos, mas... se as coisas tem q ser assim, que assim seja!

Não devemos contrariar o destino, não devemos deixar correr as coisas qnd estas estão mal.

II

Conheces-me melhor que ninguem, não achas?

Eu voltei, mas tu não.

III

Peço desculpa pela perda de tempo.

Anónimo disse...

Louco. Eheheheheh. Qualquer dia ainda te afogas em tanta vaidade.

Anónimo disse...

tantas palavras tornam-se cansativas de se ler, maior parte das vezes comtão poucas consegue- se dizer muito.

Anónimo disse...

nao sei porque..tou com saudades tuas. pena ja nem o meu numero conheceres ....

Gradiz disse...

Não sei quem és mas, não podes ter um ego muito firme pois inferiorizas te logo a pouco importante o suficiente para ser apagada do telemovel e nem sequer poes a hipotese de eu ter 4 telemoveis que, um por um, vao sendo substituidos assim como os cartoes que por vezes sao trocados de um para outro o que implica o desconhecimento de alguns numeros. Certamente não estarias à espera que o guardasse na memoria dado que os unicos que em toda a minha vida decorei foram os meus e por serem numeros muito simples. Mas se tens saudades minhas identifica te e certamente falarei contigo sem problemas a menos que tenhas asneiras gravadas na minha historia.

Patrícia Mota disse...

Já nao me lembrava do endereço do blog, nem sabia sequer se ainda existias por ca. Puxei pela cabeça durante horas, errei mil vezes, vi coisas estranhas ate achar a combinaçao certa e voltar.

Estranhei o facto de nao te ter esquecido. Talvez seja desta teimosia minha que teima em nao desaparecer.

Quando comecei a escrever, pensei seriamente em comentar o teu texto, mas eu penso muita coisa que pouco importa... E hoje apetece-me sentir que tem mais importancia falar de outra coisa qualquer. Como por exemplo, falar de nada. Absolutamente nada.

Não tenho nada a dizer-te, nao sei o que faço aqui... E acredites ou nao nem quero saber.

Sabes... Qualquer dia volto, noutro dia qualquer desapareço. Faz-te diferença?

Um beijo*